segunda-feira, 16 de maio de 2011

Só uma ideia

Dando aqui uma olhada nas estatísticas dos acessos do blog (que não são muitos) percebi como realmente estou interligada a milhares de pessoas.
Realmente achei que apenas lessem esse blog os meus colegas de escola aos quais eu passava o endereço, mas não!
Sei que não são muitas pessoas mas me fez sentir menos insignificante.
Gostaria de conhecer mais sobre blogs interessantes... então se você leitor que possui um blog interessante e gostaria que eu o conhecesse me mande o link! Não precisa ser sobre coisas de escola porque eu realmente faço muitas coisas além de resumos.
Um dia planejo criar um blog no qual escreverei minhas ideias como estou fazendo agora, mas como nao tenho tempo para isso ultimamente, criei um para a única coisa que tenho tempo: Estudos! (infelizmente)
Bom... é isso...só para experimentar como é ser uma "blogueira" de verdade!

Texto sobre a África

“África, o berço da humanidade”, quem nunca ouviu essa famosa frase? Uma pessoa que não estivesse consciente dos atuais conflitos mundiais que concernem ao tal berço deduziria que África seria atualmente um continente de cultura rica, respeitado, desenvolvido, um modelo para as outras nações do Mundo moderno, porém, grande parte dessas predições não ocorre nem nunca ocorreu.
O continente africano desenvolveu-se de maneira muito peculiar, se comparado às outras civilizações, dividido em diversas tribos e etnias, com costumes e culturas muito diferentes das dos outros países, que de um modo ou de outro, acabaram assimilando-se à civilização e cultura ocidental. As principais potências ocidentais, principalmente européias mantinham relações comerciais com a África de longa data, até que num ímpeto imperialista e etnocentrista decidiram fazer sua partilha, de modo que lhes fosse conveniente.
A partilha da África não apenas gerou diversos novos conflitos, como também agravou muitos outros pré- existentes, devido ao fato de as tribos africanas já sofrerem conflitos e guerras, de modo que a partilha que visava divisões geográficas políticas e econômicas, prejudicou a anterior que visava divisões nacionais culturais, unindo em um único país diversos povos inimigos.
Atualmente, muitos países africanos não possuem um governo unificado e isso se deve a diversidades culturais e étnicas extremistas, que diversas vezes submetem o país ao domínio de minorias rebeldes, que incitam guerras, causando a morte de milhões de pessoas por ano, sem falar no exílio de outros milhões de africanos que são enviados para campos de refugiados em condições mais subumanas de vida do que as que eles já se encontravam antes.
A economia africana é, atualmente, a menos desenvolvida do Mundo e isso se deve ao colonialismo e ao predominio da exportação de commodities, atualmente pouco rentável e um fator de defasagem econômica e social. Embora venha crescendo de modo notável, seus lucros e desenvolvimento concentram-se apenas em uma pequena parcela da população. Juntos, a África do Sul, a Árgélia, a Nigéria e o Egito detém mais da metade do P.I.B. de todo o continente.
A África do Sul é um país que se encontra de fato muito distante da realidade majoritária africana. Tendo sido dominado por holandeses e franceses exilados e possuindo diversas reservas de minerais, seu solo rico chamou de novo a atenção dos conterrâneos europeus, que finalizaram sua colonização, criando o Apartheid. Atualmente, porém, seu governo tenta reparar os danos sociais e políticos causados pelas políticas racistas e dominadoras que imperavam durante o regime do Apartheid e o país vem ganhando um importante destaque na ONU e no G20, sendo um dos mais desenvolvidos de seu continente.
Voltando então à célebre frase, é possível perceber que a África se encontra numa constante corrida, uma corrida comandada pela África do Sul para deixar o berço e alcançar seus “filhos” que há muito lhe ultrapassaram.

Resenha Sobre o Texto “Raça e História” – Claude Lévi-Strauss

Em 1952, o renomado antropólogo, etnólogo e filósofo francês, Claude Lévi- Strauss, escreve um texto que mudaria os pré – conceitos de seus leitores sobre a noção de raça, povo, cultura e etnia.
A questão central do texto concerne à noção humana de raça. O conceito de que existem diversas raças entre os humanos é comprovado pelo autor como sendo errôneo e equivocado, devido ao fato de que biologicamente, todos os seres humanos possuem a mesma constituição, a mesma estrutura genética. Dito isso, Lévi – Strauss ataca as teorias evolucionistas, em especial o darwinismo biológico e acrescenta que a noção de superioridade racial apenas foi criada para justificar formas e ideais de dominação.
Dito isso, o sociólogo propõe que os humanos sejam classificados por suas respectivas etnias. Etnias, segundo o conceito, é um povo que se identifica por suas tradições culturais, políticas, religiosas e sociais em geral. A etnia pode ser classificada, sobretudo como o conjunto de determinadas tradições culturais de determinado povo.
Sobre a noção de cultura, portanto, Lévi-Strauss declara que nenhuma cultura é estacionária, ou seja, elas estão sempre em constante desenvolvimento e esse desenvolvimento é incrementado pelo contato com outras culturas. Teoriza também que não existem culturas em total isolamento; em algum momento elas têm contato com outras etnias e é nesse momento que se dá o progresso e a chamada alteridade.
A alteridade é classificada como o dado momento em que etnias se contatam pela primeira vez e têm uma percepção de que outras culturas existem além de suas respectivas. A partir desse momento, notam a existência de diferenças entre si. Ocasionalmente tais diferenças podem ser incompreendidas, gerando uma visão etnocêntrica do mundo.
O etnocentrismo se define pelo ato de um determinado grupo étnico ou um isolado membro, determinar que a sua cultura é superior e correta, e desse modo, julgar as demais baseando-se numa análise unilateral. É deste ponto que derivam teorias evolucionistas e comportamentos dominadores, tal como os regimes imperialistas impostos pela Inglaterra sobre a Índia; ou como os impostos por toda Europa sobre o Continente Africano.
Ao longo de seu texto, Lévi – Strauss demonstra claramente a crença de que uma postura relativista é imprescindível para que as sociedades não tenham seu progresso impedido. O relativismo é o ato de respeitar o comportamento e os conceitos étnicos de cada um, não tentando interferir ou julgar de acordo com seu próprio ponto de vista a ética neles presente.
Declara por fim, que a igualdade em termos culturais é extremamente contraditória, já que cada etnia necessita manter sua originalidade cultural para que continue evoluindo, de modo que a declaração dos direitos humanos é um entreposto entre a diversidade e o progresso, além de ser fundamentada numa cultura puramente ocidental e embasada em critérios dominadores e etnocêntricos. Além disso, divaga sobre a ideia do progresso, que, segundo sua opinião, só se dá por necessidade e contato intercultural; além de não ser estacionário e tampouco relacionado necessariamente a avanços tecnológicos.

Resenha sobre o documentário “Arquitetura da Destruição”

Por: Gabriela Zimberg
Ficha Técnica:
Título original: Architektur des Untergangs;
Ano, 1992;
Direção: Peter Cohen;
Gênero: Documentário;
Narração: Bruno Granz;
Duração: 121 minutos
Resenha:
O documentário “Arquitetura da Destruição”, produzido por Peter Cohen no início da década de 90 retrata todo o processo nazista, desde seus “fundamentos infundados” até sua queda, conseqüente da obsessão Hitlerista pela “eugenia” que concernia à purificação do povo ariano, sendo somente possível por meio da aniquilação de todos os seres que não se encaixassem no padrão nazista.
No entanto, o documentário se diferencia dos demais, que retratam a mesma situação de modo factual ou de um ponto de vista humanista. Nesta produção, o projeto nazista é embasado na mentalidade de Hitler.
O führer tem no filme reveladas todas as suas características que justificam os fundamentos nazistas. Sua fixação pela medievalidade e pela antiguidade, por lutas que visavam ideais utópicos, de uma sociedade bela e perfeita. Aí se encaixam os gregos e romanos antigos, a era renascentista e todos os que a registraram artisticamente, por meio da pintura, música e arquitetura, derivando desta o título do documentário.
No entanto, a busca pelo belo englobava também para Hitler o campo da medicina, que seria por sua vez um veículo chefe na “limpeza” da população. O médico na era nazista poderia também ser chamado de “Anjo da Morte”, como o é referido até hoje, por seu papel decisivo sobre a vida daqueles que não se adequavam ao pré-mencionado padrão do regime totalitário.
Aqueles que não se encaixavam no padrão, eram classificados como uma ameaça à saúde da população exemplar e precisavam ser finalizados. Esse processo se iniciou com deficientes mentais e físicos e depois englobou os judeus, negros, ciganos, homossexuais, entre outros.
Além do embelezamento da população, Hitler almejava também o embelezamento de seu país. Espelhando-se em Paris, Roma e Atenas, visava erguer uma cidade tão bela e imponente que deixaria as outras às sombras. Essa cidade seria a nova capital da Alemanha nazista e se chamaria Linsz. Seria projetada pelo próprio Hitler, arquiteto e artista frustrado e edificada e aperfeiçoada por seu braço direito, o arquiteto Albert Speer.
A partir deste ideal, Hitler iniciou a construção de diversos museus de arte e visava também à edificação de verdadeiras casas culturais, aonde seriam oferecidas música e obras de arte de acordo com o padrão de belo para ele adequado. Fora deste padrão estava o modernismo, que, segundo o führer figurava o deformado, o retardado e que seus produtores e admiradores estavam fora de suas faculdades mentais. Dentre estes produtores e admiradores, Hitler destacou, não por acaso, os judeus.
No filme são mostradas diversas imagens das 3000 obras que Hitler adquiriu ao longo de seu mandato, com o intuito de um dia as expor no museu de arte de Linsz que, ao estar pronto, seria maior e mais belo do que qualquer outro. Além das obras que eram adquiridas para o acervo do museu, são mostradas também as esculturas e quadros que os artistas contratados por Hitler produziam freneticamente com o objetivo de embelezar a nova Alemanha e enaltecer os responsáveis por seu “progresso”.
O contexto histórico no qual o documentário foi produzido sucedeu, não por acaso, a queda do muro de Berlin, figurando por sua vez a queda do regime socialista soviético. É possível, portanto, estabelecer uma relação encontrada pelo autor em um momento oportuno, no qual o segundo regime totalitário ruía às revoltas do povo, adicionando mais um comprovante à teoria dos regimes totalitários falhos e infundados que começava a ser instaurada na consciência social mundial.